Noite
mágica em Amesterdão, ambiente arrepiante, duas grandes equipas a
respeitarem-se, enorme espectáculo de Futebol e milhares, milhares de
corações a bater. O Benfica foi muito, muito superior, superou um golo
mal invalidado, uma injusta desvantagem, mas ao cair do pano, já em
tempo de compensação, tal machada final, o Chelsea fez o 2-1… Injusto,
tão injusto! Por tudo o que fizeste: Obrigado, meu querido Benfica!
Vinte
e três anos depois o Sport Lisboa e Benfica regressou a uma Final
europeia. Os protagonistas foram outros, a ambição a mesma de sempre. O
caminho benfiquista rumo à Final foi praticamente imaculado: seis
vitórias, um empate e uma derrota.
Tal
como a equipa comandada por Jorge Jesus, o Chelsea começou o percurso
europeu na Liga dos Campeões. Ao não passar a Fase de Grupos, a equipa
londrina mudou o chip para a Liga Europa. O Sparta Praga, da República
Checa, foi o primeiro adversário superado no trajecto para a Final,
seguindo-se o Steaua Bucareste da Roménia, o Rubin Kazan da Rússia e o
Basileia da Suíça. Em oito jogos, o conjunto orientado por Rafael
Benítez venceu por cinco ocasiões, empatou um e perdeu dois. Nesta
caminhada, destaque para as derrotas nos recintos do Steaua e do Rubin
Kazan.
Caminho percorrido,
ultrapassados vários obstáculos, Benfica e Chelsea encontraram-se
oficialmente pela terceira vez na sua história. Na memória recente os
jogos da época passada para os quartos-de-final da Liga dos Campeões.
Depois de ter perdido na Luz por 0-1, o Benfica foi até Londres com a
ambição de conseguir a reviravolta. Os deuses… e não só (!) não
estiveram com a equipa. O resultado final foi favorável (2-1) para o
Chelsea, que acabaria por conquistar o troféu. História contada… e havia
contas para ajustar!
Domínio avassalador
19h45,
hora portuguesa, e o árbitro holandês, Björn Kuipers, apitava para o
início do encontro. Já ouviu falar dos famosos “quinze minutos à
Benfica”? Pois bem… foram mais, muitos mais!
Logo
aos 2´, Cardozo, de cabeça, tira as medidas à baliza defendida por
Peter Cech e iniciar-se-ia aqui um verdadeiro recital de futebol
atacante, futebol espectáculo. Primeiro aos 10’, depois aos 11’… esteve
tão perto o golo inaugural, não fosse a ansiedade natural do momento e
alguma cerimónia na hora de matar o lance, cerimónia essa grande culpada
do não avolumar do marcador… mas já lá vamos!
Aos
14’, livre cobrado por Cardozo, lance estudado e nova excelente
oportunidade de golo desperdiçada. O Benfica carregava, carregava,
empurrado por uma ArenA de Amesterdão vestida de vermelho rubro,
palpitante e saltitante… tais papoilas! Uma onda vermelha aglutinadora
que vive, sente e respira Benfica!
O
domínio “encarnado” era de tal forma avassalador que, imagine-se, só à
passagem do minuto 24 é que Artur (seguro) foi chamado a intervir! E por
falar em Artur, gigante defesa, aos 37’, a remate de Lampard.
E
do Chelsea… foi apenas isto que se viu! É que do lado oposto,
personalidade, raça, entrega, blocos cerrados, pressão altíssima mas
sempre muito bem compensada… que enorme Benfica este que, diga-se sem
facciosismos, merecia claramente a vantagem não fosse a malvada
cerimónia.
Injusto! Injusto! Injusto!
Reinício e mais do mesmo! Entrada “à Benfica” com a baliza de Cech a sofrer enormes calafrios!
Aos
50’ Cardozo faz o 1-0, mas mal, muito mal, o árbitro a invalidar o
lance ao assinalar um fora-de-jogo inexistente. Até na Europa… Injustiça
atrás de injustiça, e sem nada o ter feito para o merecer, aos 60’, o
Chelsea chega à vantagem num lance de futebol directo, com Torres a
colocar o esférico no fundo das redes de Artur.
Jorge Jesus mexe de imediato na equipa e no lance seguinte grande penalidade (claríssima) com Cardozo, frio, a fazer o empate.
Aos
81’, grande lance… e aguenta coração! Cardozo rematou forte e em arco,
já se gritava golo, mas Cech arranca uma defesa espectacular. Do outro
lado, já ao cair do pano, foi a vez da barra devolver um remate, também
ele espectacular, de Lampard.
Minutos finais do tempo
regulamentar impróprios para cardíacos… e quando já nada o fazia prever,
Ivanovic, na sequência da marcação de um canto, selou o resultado final
em 2-1. Que injustiça!
O Sport Lisboa e Benfica alinhou
com a seguinte equipa: Artur Moraes; André Almeida, Luisão, Garay
(Jardel, 77’) e Melgarejo (Ola John, 62’); Matic, Enzo Perez, Salvio e
Gaitán; Rodrigo (Lima, 62’) e Cardozo.
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