"Ele que me ligue porque eu não lhe vou ligar"

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Selecionador sérvio dita as regras. Matic renunciou à seleção enquanto Mihajlovic estiver no comando. O regresso está à distância de um telefonema.

No passado dia 6 de novembro, Matic pediu para não ser chamado à seleção do seu país enquanto Sinisa Mihajlovic for o treinador. "Tenho sido irrelevante para a equipa", justificou na altura, após cinco partidas sem uma única oportunidade, simplesmente a ir "engordar" à seleção - expressão que foi utilizada pelo próprio Jorge Jesus após a última convocatória do médio sérvio. Entretanto, já se passaram dois meses e a verdade é que Matic não fica indiferente nestes períodos de grande atividade nas seleções. O médio olha à sua volta e vê uma boa parte dos colegas com as malas nas mãos e preparados para defender o seu país... Há naturalmente uma certa frustração. Mas o caminho não é irreversível. Basta o camisola 21 recuar um pouco, inverter o discurso e... tudo volta à naturalidade.
Uma coisa é certa: Sinisa Mihajlovic, selecionador da Sérvia, não vai telefonar a Matic. Até gostava de o ter na equipa - nesta altura, o médio estaria a preparar-se com entusiasmo para o jogo em Nicósia, na quarta feira, o Chipre - Sérvia -, mas não irá mexer uma palha para demover o jogador da sua renúncia temporária à seleção.
"Ele que me ligue se estiver a jogar bem no seu clube. Porque eu não lhe vou ligar", assegurou.
Esta semana, em conferência de Imprensa, Sinisa Mihajlovic voltou a falar do assunto, ou não tivesse Matic sido eleito o melhor jogador de dezembro janeiro no campeonato português, numa votação conjunta entre o Sindicato dos Jogadores e Liga Portugal. O técnico foi interrogado sobre o tema: "Seria bom tê-lo na equipa, mas o que espero de todos os jogadores da seleção, sem exceção, é que venham preparados para jogar, ficar no banco ou até na bancada. Eu é que decido onde eles vão ficar", afirmou o selecionador sérvio e antigo internacional jugoslavo. "No essencial, não mudou nada desde novembro. Vocês é que têm de lhe perguntar porque é que não quer jogar aqui. As portas da seleção estão abertas para ele; o resto é problema dele", declarou, referindo que o que se aplica a Matic é válido também para Nemanja Vidic, do Manchester United, e Dejan Stankovic, do Inter de Milão, dois jogadores que também renunciaram a vestir a camisola do seu país. "Deviam sentir-se orgulhosos e honrados por poderem jogar na seleção, da mesma maneira como eu me sinto privilegiado por ser seu  treinador", sustentou, dizendo, contudo, respeitar a decisão de Matic e, em certa medida, até admirá-la. "Antes isso do que vir para aqui destruir a equipa e criar mau ambiente", defendeu.
Quem também já falou muito sobre esse tema foi Jorge Jesus. Em outubro, por exemplo, após o encontro com o Freamunde para a Taça de Portugal , no qual Matic não esteve tão bem, o treinador justificou o dia de menor rendimento do seu jogador com o facto de este ter estado muito tempo inativo:
"Esteve duas semanas fora na seleção. Esteve de férias, a engordar." Pouco tempo depois, Matic divulgou a sua renúncia.
Com 25 jogos disputados esta temporada, 14 dos quais no campeonato, o camisola 21 falhou o jogo com o Vitória de Setúbal no último domingo por ter visto o quinto cartão amarelo no jogo com o Sporting de Braga. André Gomes jogou no seu lugar, mas o desempenho do jovem português esteve muito longe do que costuma fazer o internacional sérvio. Matic, recorde-se, renovou recentemente contrato até 2018, tendo agora uma cláusula de rescisão de 45 milhões de euros, ao nível dos principais jogadores do Benfica.


O Jogo

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